Justiça

"Escritório de facções criminosas", diz Jungman sobre sistema prisional brasileiro

Por Assessoria e 7Segundos 16/10/2018 17h05
'Escritório de facções criminosas', diz Jungman sobre sistema prisional brasileiro
Sistema prisional brasileiro - Foto: Reprodução

O maior problema da segurança pública no Brasil é o sistema prisional nos estados. A declaração é do Ministro da Justiça, Raul Jungman, durante a inauguração do quinto presídio de segurança máxima do Brasil, nesta terça-feira(16), em Brasília.

Jungmann disse, ainda, que o sistema prisional brasileiro é o escritório das facções criminosas. Ele explicou que o sistema de segurança máxima federal impede que líderes do crime comandem a violência de dentro dos presídios, o que não ocorre nas demais unidades do sistema prisional. Nos presídios estaduais, cerca de 88% dos presos não trabalham, para pagar os próprios custos ou para ter renda que os deixem independentes das facções.

Ainda em crítica ao sistema prisional, Jungmann disse que são depósitos de presos e isso precisa ser revisto. Ele criticou a ausência do assunto em planos de governo de presidenciáveis.

Segundo o ministro, o aprisionamento por si só não resolve o problema da violência do Brasil, se o sistema não for revisto e se a legislação não for alterada. Ele defende que continue suspensa a visita íntima nos presídios federais do país e espera que o Congresso aprove regras sobre a gravação de visitas, para impedir que presos comandem a violência nas ruas, atrás das grades.

A Penitenciária Federal de Brasília é a quinta do país destinada a condenados e presos provisórios ligados à liderança de organizações criminosas ou colaboradores presos e delatores com risco de vida em prisões comuns.

A unidade inaugurada nesta terça, em Brasília, tem 208 celas, 52 em cada um dos quatro blocos e tem mais de 12 mil metros quadrados de área construída. No local, tudo é monitorado 24 horas, por dia, pelos agentes de segurança e pelo circuito de câmeras  em tempo real.

Inicialmente, começa a funcionar um dos quatro blocos, com atuação de 120 agentes penitenciários. Cada uma das celas é individual e tem seis metros quadrados. Dentro do espaço há dormitório, sanitário, pia, chuveiro, mesa e assento.

O custo total da unidade foi de R$ 45 milhões, incluindo a construção e o aparelhamento.

No Brasil, as outras unidades de segurança máxima estão em Catanduvas, no Paraná;  Porto Velho, Rondônia; Campo Grande, no Mato Grosso do Sul; e em Mossoró, Rio Grande do Norte.

Outros dois presídios federais estão previstos, ainda sem data para entrega: em Charqueadas, Rio Grande do Sul e em Itaquitinga, Pernambuco.