Nova edição da Economist diz que "nem todas ideias de Bolsonaro são ruins", mas é preciso limitá-lo

A revista britânica "The Economist", publicação de caráter neoliberal que havia pedido a saída de Dilma Rousseff, citou mais uma vez o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Ele é tema de texto da edição que chega às bancas do mundo todo no sábado (28). O candidato havia sido capa da publicação em setembro.
Em artigo na sessão 'Líderes', a publicação opõe a "terrível escolha" dos brasileiros que precisam optar por um candidato que, para a revista, representa um partido desacreditado por escândalos do corrupção, e Bolsonaro, classificado como "um congressista que venera ditadores e armas, incitando policiais a matar suspeitos, além de ameaçar banir opositores e menosprezar mulheres, negros e gays".
A corrupção e os altos índices de violência no país são alguns dos fatores considerados pela revista como responsáveis pela eleição de "um populista com instintos autoritários".
"O crime e a recessão que assolam o Brasil hoje são consequências de um estado perigosamente endividado, muito grande e muito frágil para providenciar um policiamento adequado, além de educação e outros serviços públicos", escreve a revista.
O artigo também fala dos desafios de um eventual governo Bolsonaro.
"A provável eleição de Bolsonaro trará um novo desafio: garantir que um presidente com impulsos autocráticos não subverta a democracia brasileira", diz o texto, que afirma que "não todas as ideias de Bolsonaro são ruins".
"Ele demonstrou mais interesse do que o PT em resolver os principais problemas econômicos do Brasil". "Se ele for sério sobre a reforma da previdência, que ameaça a estabilidade financeira do Brasil, e eliminar regras inúteis, o congresso deveria cooperar", defende a revista.
Por outro lado, o texto aponta que "sua retórica corrosiva pode fazer os brasileiros mais receptivos à autocracia no futuro".
A revista ainda diz que, apesar de ter uma democracia jovem, abalada por uma longa ditadura militar, as instituições brasileiras demonstraram poder em outras ocasiões, sobretudo ao conduzir o impeachment de dois presidentes. Dessa forma, essas mesmas forças podem representar um limite para Bolsonaro.
Além disso, a atuação do poder Judiciário nos últimos quatro anos – com a operação Lava Jato -- é elogiada, além das pressões feitas pela mídia sobre o presidenciável, relacionadas ao escândalo das fake news.
Para a publicação, cada uma dessas instituições precisa desempenhar um papel nos próximos quatro anos, rejeitando as proposições mais escabrosas de Bolsonaro, como sua filosofia de dar carta-branca para os policiais matarem e suas ameaças de encher a Suprema Corte com juízes flexíveis às suas ideias.
"Ele provavelmente não quer ser um ditador (...) Em seu desespero, os brasileiros estão rejeitando um partido em descrédito por um aventureiro político com ideias repulsivas. Isso dificilmente vai dar certo. Legisladores, juristas, jornalistas e a sociedade civil terão de trabalhar ao máximo para limitar os danos", conclui a publicação.
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