Servidores da Educação se mobilizam para primeiro dia de greve em Arapiraca
Sinteal prepara para manifestação no Centro Administrativo nesta sexta (06)
Os professores e os servidores de apoio e administrativo da rede municipal de ensino de Arapiraca iniciam, nesta sexta-feira (06), greve por tempo indeterminado, entre creches e escolas na zona urbana e rural de Arapiraca. As categorias reivindicam reposição de 12,84% referente ao piso nacional dos docentes e providências para evitar a sobrecarga de trabalho para os auxiliares de serviços gerais e merendeiras.
Na manhã desta quinta (05) o secretario municipal de Educação Janeo Melanias fez um apelo, em uma emissora de rádio para para os servidores não aderirem a greve, que deverá levar à paralisação das aulas em 89 unidades de ensino da rede municipal, incluindo creches e escolas da zona rural e urbana. "Faço um apelo para que reconsiderem a decisão de paralisar as aulas porque vai penalizar sem motivo milhares de famílias", declarou ao falar que está preocupado com a interrupção do ano letivo e com as crianças que não terão acesso à merenda escolar no período da greve.
O secretário usou a expressão "sem motivo" após relatar que estava na companhia do prefeito Rogério Teófilo quando ele telefonou para a direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal) e marcou uma reunião para tratar das reivindicações na próxima semana. Melanias afirmou também que "mantém diálogo constante" com a direção do sindicato em Arapiraca e que o município está fazendo um estudo de impacto financeiro da reposição na folha, além de lembrar que a data-base da categoria é no mês de abril. "Antes de definir a implantação, precisamos desse estudo de impacto na folha salarial, porque o compromisso do prefeito Rogério Teófilo com a legalidade é prioridade", alegou.
Após a fala do secretário, o presidente do Núcleo do Sinteal em Arapiraca, Paulo Henrique Santos Costa se posicionou afirmando que desde o dia 24 de janeiro tentar uma audiência com o gestor da prefeitura de Arapiraca para tratar dos pleitos da categoria, e que as reuniões são continuadamente agendadas. De acordo com ele, Teófilo realmente marcou uma reunião para a próxima semana, cuja data deve ser oficiada em documento a ser encaminhado pela prefeitura para o Sinteal. "Mas não sei se não houvesse ocorrido essa mobilização [decisão pela greve por tempo indeterminado] se essa confirmação iria acontecer", declarou.
O sindicalista afirmou que apesar da existência de um canal de diálogo, não houve, de fato nenhuma discussão sobre as reivindicações da categoria. Ele relatou que, na paralisação de advertência ocorrida no mês passado, eles foram recebidos pelo secretário Janeo Melanias e ficou acertada uma reunião que aconteceria no último dia 27, que foi adiada pelo município. "Quero deixar claro que não é o Sinteal que está quebrando a questão do diálogo", ressalta.
Em relação à data-base da categoria, que reivindica reposição de pouco menos de 13%, Paulo Henrique afirma que, como a implantação do percentual na folha de pagamento precisa ser aprovado pela Câmara de Vereadores, nos anos anteriores as discussões sobre os salários dos professores são discutidas no início do ano. Ele citou como exemplo os dois anos anteriores, 2018 e 2019, afirmando que em fevereiro as discussões sobre os vencimentos dos professores já haviam sido concluídas.
"É necessário um maior respeito da gestão municipal porque eles têm plena consciência de que estamos em um ano atípico por conta das eleições municipais. Qualquer projeto de lei neste sentido precisa ser aprovado no mês de março porque a partir do dia 03 de abril não pode conceder qualquer tipo de ajuste salarial. Por isso, essa proposta precisa ser aprovada agora para ser aplicada na folha de abril", justificou.
O presidente do sindicato comentou ainda sobre a preocupação do secretário em relação ao atraso no ano letivo e dos alunos sem merenda. Ele afirmou que há o compromisso de todos os grevistas de fazer a reposição das aulas após o fim da paralisação e ainda comentou "se as crianças realmente forem depender da merenda, entra ano e sai ano as dificuldades de logística e distribuição não são resolvidas, basta que qualquer pai pergunte ao filho que estuda em escola da rede municipal para confirmar isso. Mas vai ser muito positivo se o município puder colocar uma merenda melhor", justificou.