37 morrem em protestos contra prisão de candidato em Uganda
Bobi Wine, que é músico popstar e candidato à presidência, foi solto após ser formalmente acusado em tribunal por causar aglomerações na pandemia. Político tenta desafiar Yoweri Museveni, de 76 anos, que pretende superar os 40 anos no poder
Ao menos 37 pessoas morreram e centenas foram detidas em protestos em Uganda devido à prisão do músico popstar e candidato presidencial, Bobi Wine, em meio à campanha para eleição de janeiro no país da África Oriental.
Wine, cujo nome verdadeiro é Robert Kyagulanyi, foi detido na quarta-feira (18), durante um ato de campanha no leste do país, por violar restrições a reuniões impostas pelo governo para conter a disseminação do novo coronavírus.
Sua prisão desencadeou protestos em massa, e autoridades enviaram militares à capital Kampala e áreas vizinhas para ajudar as forças policiais a dispersar os manifestantes.
Foram usadas munições letais, gás lacrimogêneo e canhões d'água para conter a agitação, e a polícia informou nesta sexta-feira (29) que 37 pessoas morreram e 350 foram detidas.
Wine foi solto sob fiança após comparecer a um tribunal e ser formalmente acusado de desrespeitar as diretrizes contra a Covid-19.
"É Museveni quem deveria estar neste banco dos réus por matar cidadãos inocentes", afirmou o político no tribunal, ao se referir ao atual presidente, Yoweri Museveni.
Uganda tem 42 milhões de habitantes e deve realizar eleições presidenciais e parlamentares em 14 de janeiro. Wine, de 38 anos, emerge como uma séria ameaça ao veterano presidente Yoweri Museveni, de 76, que pretende estender seu governo para mais de 40 anos.
O opositor já foi preso várias vezes nos últimos anos e ganhou apoio de muitos ugandenses com seus pedidos persistentes para que Museveni se aposentasse após 36 anos no poder.
Wine conquistou um grande número de seguidores entre os jovens de Uganda, atraídos por suas críticas ousadas ao governo, muitas vezes por meio das suas músicas.
Repressão da polícia
O porta-voz da polícia, Fred Enanga, disse que os manifestantes detidos estavam envolvidos em atos de violência, inclusive pessoas que não apoiam o partido de Wine — a Plataforma de Unidade Nacional (PUN).
“O que vimos nos últimos dias, que é violência, vandalismo, saque, intimidação e ameaças, são crimes que estavam sendo cometidos [contra] pessoas que não são pró-PUN", afirmou Enanga. "Isso não é algo que podemos tolerar".
Ministro da Segurança, general Elly Tumwine, ameaçou os manifestantes. "Este foi um movimento deliberado e pré-planejado para causar o caos", afirmou Tumwine. "Mas eu quero alertar aqueles que incitam à violência que eles colherão o que plantaram".
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