Celebridades

Rainer Cadete sobre ser pai de um jovem negro: "O medo é constante"

Ator conta como tenta educar o filho adolescente em uma sociedade racista, lembra o susto ao descobrir a gravidez da namorada aos 19 anos e exalta sua mãe "pãe"

Por Revista Quem 08/08/2021 10h10
Rainer Cadete sobre ser pai de um jovem negro: 'O medo é constante'
Rainer Cadete e o filho, Pietro - Foto: Arquivo pessoal

Rainer Cadete descobriu que ia ser pai aos 18 anos. O ator e a namorada, Aline Alves, tinham acabado de se mudar para o Rio para seguir a carreira artística quando descobriram a gravidez. A surpresa foi muito bem-vinda e hoje o ator tem no filho, Pietro, de 14 anos, um grande amigo. “Tive muito medo, porque eu nem tinha deixado de ser filho e já ia ser pai, mas no momento em que soube já fiquei apaixonado por ele. A sensação era de um outro coração batendo fora do peito. Foi um amor que eu não conhecia”, derrete-se Rainer.

Aline, que é atriz e ex-bailarina do Domingão, e o ator ficaram juntos por 7 anos e continuam amigos. Pietro cresceu em Brasília, cidade dos pais, cercado do carinhos dos avós de ambos os lados que, desde o começo, apoiaram os dois jovens na decisão de levar a gravidez adiante. “Contamos muito com a ajuda deles, inclusive financeira; os avós foram fundamentais. Quando ainda estávamos no Rio, a gente teve que se reorganizar. O Pietro foi crescendo com a gente nos bastidores”, lembra Rainer.

Nos últimos anos, o ator costumava ficar com o filho nas férias, feriados prolongados ou em alguns finais de semana. Ele sempre teve vontade de voltar a morar com Pietro, o que acabou acontecendo por um decisão do menino. “Ele sentiu essa vontade e todos concordamos que seria saudável ele vir para cá. Aí logo chegou a pandemia e foi muito especial ter a companhia dele full time, ainda mais nessa fase dessa adolescência”, lembra.

Rainer assume que não foi um período completamente tranquilo. Além de ter de explicar para Pietro a necessidade de isolamento, justamente em um momento em que ele começava a fazer amizades na cidade nova, pai e filho tiveram que se adaptar à experiência do ensino a distância.

“Meu Deus, é muito difícil. Nos primeiros dias acompanhei as aulas para aprender como funcionava. Mas precisei chamar professora particular porque sempre fui péssimo em exatas e não conseguia explicar nada daquele conteúdo, não entendia nada e não conseguia explicar”, diverte-se. “Português, geografia, ainda aí, mas como professor de ensino médio sou um ótimo ator”, brinca.