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Irlandeses votam por legalizar o aborto em referendo histórico

O primeiro-ministro, Leo Varadkar, disse que o resultado mostrava uma "revolução silenciosa"

Por Folhapress 26/05/2018 16h04
Irlandeses votam por legalizar o aborto em referendo histórico
O primeiro-ministro disse que o resultado mostrava uma "revolução silenciosa" - Foto: Reuters

A Irlanda decidiu derrubar uma das leis mais restritivas ao aborto do mundo, com a vitória do "sim" em um referendo histórico em um país de maioria católica. Com 80% dos votos apurados, o sim contava 67,6% dos votos, segundo a rede de televisão irlandesa RTE.

O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, disse que o resultado mostrava uma "revolução silenciosa".

"O povo falou. As pessoas decidiram que queremos uma constituição moderna para um país moderno, que confiamos nas mulheres e que as respeitamos o suficiente para tomar a decisão certa sobre sua saúde", disse o líder, que fez campanha pela legalização do aborto.

A Constituição irlandesa, de 1983, bania o procedimento e obrigava autoridades a considerar a vida da mãe e a do feto com o mesmo peso sob a lei. Só em 2014 os abortos passaram a ser liberados em raros casos de risco à vida da mãe.

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Varadkar disse que seu governo vai elaborar o projeto de lei para liberar o aborto e o submeterá ao Parlamento nos próximos meses.

O procedimento deve ser legalizado nas 12 primeiras semanas de gravidez.

Grupos a favor da liberação do aborto comemoraram o resultado, que vem depois de mais de 30 anos de campanha. "É um dia monumental para as mulheres da Irlanda", disse Orla O'Connor, co-diretora do grupo Together for Yes (juntos pelo sim). "Isso mostra que as mulheres estão tomando seu lugar na sociedade irlandesa depois de tanto tempo."

A liberação do aborto na Irlanda deve por fim às viagens feitas por milhares de mulheres todos os anos, geralmente ao vizinho Reino Unido, para realizar o procedimento.

A vice-presidente de um dos maiores grupos antiaborto do país, Cora Sherlock, disse que era "um dia triste para a Irlanda" e afirmou que o argumento de que o aborto é uma questão de saúde pública era enganoso.