Após recomendação, Prefeitura reconstrói homenagem aos jangadeiros alagoanos
Após intervenção do Ministério Público de Alagoas, por meio da 66ª Promotoria de Justiça da Capital (urbanismo e patrimônio histórico), a orla da Ponta Verde, em Maceió, ganhou mais uma obra de arte que serve para homenagear a história de Alagoas. Para o promotor de justiça Antônio Jorge Sodré, autor da recomendação que resultou na ação promovida pela Prefeitura de Maceió, a construção do monumento se presta, sobretudo, para fixar na memória coletiva dos alagoanos o grande feito dos Jangadeiros Alagoanos.
Dessa vez, os homenageados foram Umbelino José dos Santos, Joaquim Faustilino de Sant’Ana Eugênio Antônio de Oliveira e Pedro Ganhado da Silva, que saíram em uma pequena jangada Maceió e foram até o Rio de Janeiro para representar Alagoas durante as comemorações do centenário da Independência do Brasil. A viagem foi um sucesso e, em 1923 (um ano após a viagem), os aventureiros ganharam um monumento que ficava na orla da Praia da Avenida.
Assim como Alagoas, outros estados enviaram representantes em embarcações para a então capiral do Brasil, naquele ano. A jangada dos alagoanos foi feita apenas com seis paus e a vela, e foi virada em uma tempestade na Bahia.
Mas os jangadeiros foram bravos e, a nado, chegaram à costa baiana, onde foram recebidos pelo governador do estado à época, José Joaquim Seabra, que os ajudou a continuar a viagem.
Os quatro homens só conseguiram chegar ao destino após 98 dias ao mar, em 12 de novembro de 1922.
Recomendação expedida pelo Ministério Público pedia a construção de um monumento que remetesse, justamente, ao que foi erguido em 1923. “Os monumentos públicos são erguidos para preservar a memória de eventos significativos e que constroem uma cidade. Fazem parte da história, da cultura e da memória afetiva de um povo. Como a obra em homenagem aos jangadeiros foi destruída, acredito que a construção de outra, revive, de certa forma, o feitos do jangadeiros e enaltece a cultura da jangada que existe tão forte em Alagoas, principalmente em Maceió”, opinou.
“A recuperação de monumentos históricos resgata uma memória vivida lá atrás, em um passado distante ou recente, e melhorara a relação da cidade com o seu povo. Isso também é política urbana e o Ministério Público estará sempre em prontidão para agir nesse sentido”, disse Antônio Sodré.