MP aponta que auditor foi torturado e mutilado; família se abraça de costas para imagens fortes
As fotos da vítima, já sem vida, foram expostas durante a fala do assistente de acusação, Bruno Vasconcelos Barros
O segundo e último dia de julgamento dos cinco réus acusados de matar brutalmente o auditor fiscal, João de Assis Pinto Neto, em agosto de 2022, em Maceió, começou nesta sexta-feira (1º) com a fala da acusação, a promotora Adilza de Freitas. Imagens do crime foram exibidas durante a sustentação da acusação, o que levou a viúva e os filhos da vítima a se abraçarem de costas para a tela.
Nesse primeiro momento do segundo dia de julgamento, a acusação busca comprovar a participação de todos os cinco acusados de terem esfaqueado, torturado, mutilado (teve os dedos cortados), asfixiado, apedrejado e queimado o auditor fiscal durante o cumprimento do seu trabalho. A defesa tenta alegar que o crime foi cometido apenas por Ronaldo Gomes de Araújo, na tentativa de livrar os outros irmãos da acusação.
Em sua sustentação, a promotora Adilza de Freitas repudiou a manobra da defesa, em tentar “justificar” o ato brutal cometido pelos cinco acusados, devido a suposta cobrança de propina que o auditor morto estaria cobrando dos réus. “Depois de toda a dor do luto, os criminosos e a defesa ainda tentarem arranhar a conduta da vida profissional de um homem íntegro para justificar uma barbárie. Expuseram sua imagem fazendo a família sofrendo de novo. Não costumo pegar o nada consta das vítimas, mas nesse caso fiz questão de pegar para desfazer o que tentam atribuir a João de Assis", disse.
Já as fortes imagens da vítima já sem vida foram expostas durante a fala do assistente de acusação, Bruno Vasconcelos Barros, o que acabou sendo bastante impactante para a família de João de Assis, que não teve condições de olhar para a tela.
A viúva, Maria Marta Pinto, e os dois filhos, em um gesto comovente, se abraçaram e permaneceram de costas para a tela durante a exibição das imagens.
O assistente de acusação fez questão de enfatizar que, ao contrário do que os réus afirmam, "que a vítima recebeu uma facada com uma faquinha que usavam costumeiramente para lanches, a imagem da cabeça totalmente aberta como vocês estão vendo, prova ser impossível tal versão".
A acusação encerrou dizendo que o júri, hoje, têm a obrigação de separar o joio do trigo, e de não deixar esse crime impune. Ele concluiu dizendo que hoje clama ao Conselho de Sentença, assim como clamou o senhor João de Assis momentos antes de perder a vida: “me ajude meu Deus".