Caso PCC: passagem de Gritzbach por Alagoas é investigada; veja o que se sabe
O delator da facção foi executado no Aeroporto Internacional de São Paulo após sair de Maceió na última sexta-feira (8)
A Polícia Civil de Alagoas informou que irá prestar apoio na investigação do assassinato de Antônio Vinicius Gritzbach - executado no Aeroporto Internacional de São Paulo após sair de Maceió no dia 8 de novembro. O pedido foi feito pela Delegacia de Homicídios de São Paulo.
Gritzbach era delator do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele foi morto após desembarcar no Terminal do aeroporto de Guarulhos. Dois homens encapuzados responsáveis pelo homicídio fugiram.
Além do delator, um motorista de aplicativo foi baleado e morreu. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo investiga quem mandou matar Vinicius e quem executou o crime.
A investigação está em sigilo. A Polícia Civil de Alagoas deve refazer o trajeto do delator no estado, incluindo as pessoas que ele encontrou. Também foi solicitado imagens de câmeras de segurança instaladas nas ruas, na orla e nos hoteis que ele ficou hospedado com a namorada.
À polícia, a namorada de Gritzbach, que estava hospedada com ele em Alagoas durante a viagem de sete dias, disse que o companheiro teria visto um homem parecido com o indivíduo que o ameaçava.
Joias e passagem por Alagoas
Um dos seguranças de Vinicius falou, em depoimento à polícia, que foi até um quiosque na avenida da praia em Maceió para pegar uma sacola pequena de um homem desconhecido. Até então, não se sabe se era o pacote com as joias, avaliadas em R$ 1 milhão, levadas pelo delator ao desembarcar em São Paulo.
Familiares teriam dito à polícia que o motivo da viagem do empresário a Maceió era a cobrança de uma dívida. A polícia não confirmou, no entanto, se o conteúdo da sacola tem relação com a cobrança.
Oferta do PCC e policiais afastados
O Primeiro Comando da Capital (PCC) ofereceu R$ 3 milhões para o autor da morte de Vinicius Gritzbach. A informação foi divulgada pela defesa do empresário.
É investigado o suposto envolvimento de criminosos do PCC, além de policiais civis, militares e devedores de Gritzbach.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que os policiais civis denunciados por corrupção por Vinicius oito dias antes da morte do empresário foram afastados de suas funções. Segundo Vinicius, os policiais cobraram R$ 40 milhões para deixar de investigá-lo como suspeito da morte de dois integrantes do PCC.
Juntam-se aos afastados oito agentes da Polícia Militar, responsáveis pela escolta pessoal do empresário. A corporação proíbe o bico de segurança particular.
Após ser investigado pela morte de dois integrantes da facção, Vinicius passou a ser ameaçado de morte. Segundo a polícia, ele também devia dinheiro aos criminosos. O empresário, no entanto, sempre negou participação no duplo homicídio.