Moraes dá 48 horas para envio de inquérito que investiga hackers
O ministro argumentou que a decisão foi motivada por notícias veiculadas
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou nesta quinta-feira (1º) o envio à Corte de uma cópia do inquérito da operação Spoofing, que apura a invasão a celulares de autoridades, entre elas o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro da Justiça, Sérgio Moro. A Justiça Federal terá que cumprir a determinação em 48 horas.
Alexandre de Moraes argumentou que a decisão foi motivada por "notícias veiculadas apontando indícios de investigação ilícita contra ministros da Corte".
Nesta quinta-feira, o jornal Folha de São Paulo publicou supostas mensagens que apontam que procuradores da Lava Jato pretendiam investigar ministros do Supremo Tribunal Federal.
A decisão tira da da 10ª Vara Federal em Brasília e da Polícia Federal a exclusividade sobre o material apreendido.
A determinação de Moraes, relator de um inquérito que apura ofensas a ministros do STF, ocorreu horas depois do vice presidente da Corte, Luiz Fux, proibir a destruição de provas colhidas com hackers presos pela Polícia Federal no mês passado, no âmbito da Operação Spoofing. Fux também pediu que lhe sejam enviadas as provas já colhidas pelos investigadores.
Prisão de suspeitos
Nesta quinta-feira, a Justiça Federal de Brasília atendeu o pedido da Polícia Federal e decidiu manter presos os quatro suspeitos de ter invadido o celular Moro, e outras autoridades do Executivo e do Judiciário.
O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, converteu a prisão temporária, que tem prazo de 10 dias, dos três homens e da mulher, em prisão preventiva, que não tem prazo.
Assim, Walter Delgatti Neto, Gustavo Souza, Danilo Marques e Suelen Priscilla de Oliveira, que estão detidos na sede da PF em Brasília, desde a semana passada, devem ser transferidos para uma penitenciária.
O advogado Ariovaldo Moreira, que defende Gustavo Souza e Suelen Priscilla, afirmou que só deve se manifestar nesta sexta-feira. A defesa dos outros suspeitos não responderam o contato da reportagem até a publicação deste texto.