Criador de Zé Gotinha repudia boneco armado: “Tudo que não queria ver”
A fala veio após o deputado Eduardo Bolsonaro ter divulgado uma imagem do personagem segurando uma seringa de vacina adaptada a um fuzil
Darlan Rosa, criador do personagem Zé Gotinha, deu entrevista ao Metrópoles, na noite desta sexta-feira (12/3), na qual repudiou a imagem divulgada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) que mostra o símbolo das campanhas de vacinação no Brasil segurando uma seringa adaptada a um fuzil.
O artista disse que esse foi um péssimo exemplo do que realmente significa o personagem e acrescentou: “Era tudo que eu não queria ver”.
Rosa observou ainda que, antes de o personagem ser criado, a campanha de vacinação era na base do terrorismo.: “Ou você toma a vacina ou morre”, descreveu. E o Zé Gotinha veio para tirar esse rótulo que assombrava a vacinação.
“A ideia era educar pelo exemplo. Fazer uma campanha que ensinasse as crianças o que é a vacina. O Zé Gotinha foi concebido para ser um ‘cara do bem’. Isso que fizeram não combina com a imagem e nem com a missão dele”, disse Rosa.
O artista ainda afirmou que o trabalho de décadas para construir o personagem foi banalizado. ” De repente ele vira um guerrilheiro? Acho isso tão danoso quanto uma fake news. É a falta de informação”.
Rosa afirmou também que não pretende procurar a Justiça. Mas fez um apelo: “Prefiro que essa questão seja discutida nas redes sociais, nos jornais. Acho tão bonito quando vejo os brasileiros falando para pessoas de outros países que o Zé Gotinha é do Brasil e é um ‘cara do bem'”.