Brasil é o 10º país, em proporção, onde a covid mais mata no mundo
Em números totais, nação está em 2º lugar em ranking mundial de óbitos
Ameaçado por uma terceira onda de contaminações, conforme previsão de infectologistas, o Brasil é o 10º país onde a covid-19 mais mata no mundo na relação por milhão de habitantes. Em números totais (absolutos), ultrapassou a Índia nesta semana e está em 2º lugar.
Até esta sexta-feira (11) à tarde, 482.019 pessoas haviam perdido a vida para o novo coronavírus. São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul eram os estados com o maior número de óbitos, respectivamente. Vale ressaltar que mais de 15,6 milhões de pessoas já se recuperaram da covid-19 no país e um número superior a 1 milhão de brasileiros está em acompanhamento.
Os números são do site Our World in Data, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Oxford, do Reino Unido, e do Ministério da Saúde.
Na escala proporcional, o ranking é liderado pelo Peru, com 5,6 mil mortes para cada milhão de habitantes. Já o Brasil possui 2,2 mil óbitos nesta comparação, mais adequada para análise estatística da evolução da pandemia, pois o cálculo leva em consideração o tamanho da população.
Em números absolutos, os Estados Unidos, que seguem na ponta desde o ínicio da crise sanitária global, detém a marca de 598,7 mil vidas perdidas pela doença, seguidos pelo Brasil.
A Índia possui 1,38 bilhão de habitantes, os Estados Unidos, 331 milhões; o Brasil, 212,5 milhões; e o Peru, 32,9 milhões.
"Indicadores de mortes, depois de um ano de pandemia, mostram as marcas de como esse componente epidemiológico vem se comportando", afirmou o médico infectologista David Urbaéz, consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), em recente entrevista ao R7.
Veja o ranking de mortes proporcionais (por milhão de habitantes)
1º Peru - 5.697,19
2º Hungria - 3.094,71
3º Bósnia e Herzegovina - 2.887,39
4º República Tcheca - 2.821,09
5º San Marino - 2.651,89
6º Macedônia - 2.624,58
7º Bulgária - 2.574,24
8º Montenegro - 2.541,15
9º Eslováquia - 2.227,26
10º Brasil - 2.267,69
Veja o ranking de mortes em números totais
1º Estados Unidos - 598.744
2º Brasil - 482.019
3º Índia - 363.079
4º México - 229.580
5º Peru - 187.847
6º Reino Unido - 128.131
7º Itália - 126.855
8º Rússia - 123.178
9º França - 110.432
10º Colômbia - 94.046
Fonte: Our World in Data
Curva de mortes
Apesar de estar em 10º lugar no ranking proporcional de mortes, o Brasil é o 3º colocado na média móvel de mortes semanais, atrás de Peru, líder nessa comparação, e Colômbia. Até a sexta-feira (9), o país contabilizava uma taxa de 8,49 óbitos por milhão de habitantes.
O Peru possuía, ontem, uma taxa de 12,59 e a Colômbia, 10,37.
Curva de mortes é uma maneira de medir a velocidade dos óbitos, ou seja, a evolução da pandemia. Significa dizer que o Brasil é o terceiro país no mundo onde as mortes em um intervalo de 7 dias por covid-19 estão mais aceleradas.
Em 21 de fevereiro deste ano, quando a média começou a crescer em 2021, o país contabilizava uma taxa de 4,88 óbitos por milhão de habitantes. Em 5 de abril, atingiu o pico, com 14,67. Exatamente dois meses depois, em 5 de junho, o nível desacelerou para 7,71. Porém, ganhou ritmo novamente, e a taxa de mortalidade ontem era de 8,49.
Para efeito de comparação, os Estados Unidos, país em que a covid-19 mais matou em números absolutos, conseguiu desacelerar a curva de óbitos com a vacinação e a média móvel de mortes semanais está em 1,16 óbito para cada milhão de habitantes. Em 21 de fevereiro, era de 5,75
Vacinação
Além das medidas sanitárias fundamentais, como higienização das mãos e uso de máscaras, a vacinação em massa é a principal ferramenta para controlar a pandemia, conforme especialistas.
No Brasil três tipos de imunizantes estão sendo aplicados, por enquanto: CoronaVac, desenvolvida pela parceria Instituto Butantan e laboratório chinês Sinovac; a CoviShield, da AstraZeneca/Oxford/Fiocruz; e a Pfizer/BioNTech.
Para este mês, conforme o Ministério da Saúde está prevista a entrega do primeiro lote de vacinas da Jonhson, com 3 milhões de doses. A grande vantagem dessa vacina é a imunização total com apenas uma aplicação. A programação inicial previa a entrega a partir de julho, com 16,9 milhões de doses enviadas até setembro. As outras 21,1 milhões chegariam entre outubro e dezembro de 2021.