Câmara de Maragogi aprova mudança no aquaviário e vereadores são xingados
Vereadores foram agredidos verbalmente e saíram com o apoio da polícia

A Câmara de Maragogi foi palco de uma das sessões mais tumultuadas da história na noite desta quinta-feira (18) com vereadores sendo xingados, agredidos verbalmente e alguns parlamentares tiveram que sair da Casa Everaldo Solano de Vasconcelos com o apoio da polícia. O motivo do tumulto é que foi aprovado o projeto que autoriza modificações na lei do Sistema Municipal de Transporte Aquaviário.
O tumulto na Câmara Municipal se espalhou pela praça Santo Antônio de Pádua, no Centro de Maragogi, e gerou uma grande aglomeração de pessoas. O presidente da casa, vereador Júnior do Jozemir, já tinha acionado o 6º Batalhão da Polícia Militar (6º BPM) para evitar possíveis confusões, mas a porta do prédio foi alvo de socos e pontapés e os parlamentares foram xingados por populares que ensaiaram entrar no prédio. Houve um princípio de confusão com policiais, mas logo os ânimos foram acalmados.
O Executivo enviou em outubro para o Poder Legislativo o projeto de lei (PL) que modifica a Lei Municipal nº 692, de 23 de dezembro de 2019, que define os pontos de mergulho e dá outras providências. O PL foi enviado em regime de urgência e já tinha passado pelas comissões e o presidente colocou em votação nesta quinta-feira (18), sendo aprovado por 8 x 2.
O projeto de lei engloba as novas áreas de uso público da Barretinha, Ponta de Mangue e São Bento (locais que as visitações são praticadas sob a égide do turismo sustentável de base comunitária). Compete ao Município, por meio da Superintendência Municipal de Trânsito, Transportes (aquaviário e terrestre) outorgar as permissões. A permissão emitida pelo Sistema de Transporte de Passageiros do Município de Maragogi é pessoal e intransferível, conforme descrito na Lei da Legislação Federal.
Pela nova lei aprovada pelos vereadores, a permissão será cancelada unilateralmente pela Prefeitura de Maragogi quando: o permissionário paralisar as suas atividades por um prazo superior a 60 dias; o permissionário estiver em desacordo ou infringindo quaisquer normas ou regulamentos emanados das esferas federal, estadual ou municipal incidentes à atividade do Transporte Aquaviário, desde que devidamente notificado para sanar as irregularidades, e não o fizer no prazo de 30 dias, contados a partir da ciência da notificação. Se houver desistência do permissionário, a referida permissão retornará automaticamente para o poder Público Municipal.
O número de embarcações aptas a realizar o serviço de Transporte Aquaviário no município de Maragogi ficou definido da seguinte forma: Piscinas Naturais das Galés, Taocas e Barra Grande em um número máximo de 28 catamarãs, 58 lanchas, 34 escunas e 8 operadoras de mergulho; Piscinas Naturais de Ponta de Mangue em um número máximo de 99 permissões para jangadas ou lanchas e duas operadoras de mergulho; Piscinas Naturais de Barretinha em número máximo de 84 permissões para jangada ou lancha e duas operadoras de mergulho; e Croa de São Bento em número máximo de 70 permissões exclusivas para jangada e duas operadoras de mergulho.
Polêmica
De acordo com o líder do governo, vereador Major Paulo Nunes, a polêmica se deu por conta que as pessoas que estavam na praça Santo Antônio queriam que a permissão fosse pessoal e transferível (para no caso de morte do titular passar para herdeiro). Mas segundo o parlamentar, a legislação federal exige que a permissão seja pessoal e intransferível.
Paulo Nunes afirmou que o projeto é benéfico e traz garantias. “Não tem nada que prejudique em nada a atividade. Pelo contrário, regulamenta o que já estava sendo feito sem nenhuma legalidade, casos do mergulho e da base comunitária de São Bento”, contou o vereador do Progressistas.
O parlamentar lamentou o tumulto. “O povo foi para a Câmara. Na semana passada a gente não votou o projeto o projeto, deu mais um tempo na comissão, ouvimos as lideranças. Hoje [ontem] a gente foi votar o projeto e o pessoal estava na praça com um clima de tensão: queriam quebrar a porta, agrediram verbalmente vereadores no plenário. Foi uma confusão, mas faz parte do processo e no voto foi votado a favor do projeto e o projeto vai ser sancionado e entrar em vigor e vão ver que não tem nada contra eles”, informou.
O vereador Júnior Barra Grande (MDB) votou contrário ao projeto. "Vamos entrar com pedido de anulação da votação. Não se vota contra o povo. Eu não vou votar nunca contra as vozes das ruas. Os permissionários não aceitam o projeto como está", disse. O parlamentar pediu vista, mas pelo regimento interno, não cabia mais esse recurso e o PL foi para votação. O vereador oposicionista faz parte da comissão que analisou o projeto, porém, não apresentou emendas. O vereador Fio (MDB) também votou contrário.
Veja aqui outro vídeo:
Veja também
Últimas notícias

Moradores do bairro Bom Parto fazem protesto em decorrência da falta de água na região

Casal trabalha para restabelecer abastecimento de água para Pão de Açúcar

Dnit vai desligar radar que multou motoristas no acesso ao campus da Ufal

Casal efetua manutenção em conjunto motobomba que abastece Pariconha

Em Matriz do Camaragibe, Rafael Brito garante nova UBS que levará nome do Papa Francisco
PNAB em Arapiraca: Editais incentivam cultura junina e ocupação de espaços públicos
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
