Justiça

PF abre inquérito para investigar Elon Musk por suposta obstrução de Justiça e mais dois crimes

Empresário dono da rede social X atacou o ministro Alexandre de Moraes

Por R7 09/04/2024 10h10
PF abre inquérito para investigar Elon Musk por suposta obstrução de Justiça e mais dois crimes
Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX e do X - Foto: Reuters

Brasília, Distrito Federal, Brasil — A Polícia Federal abriu na segunda-feira (8) o inquérito para investigar o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), por suposta obstrução de Justiça, incitação ao crime e organização criminosa. Segundo apurou o R7, o dirigente da rede social no Brasil deve ser interrogado na investigação.

O inquérito foi instaurado depois de Musk ameaçar descumprir decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) e criticar o ministro Alexandre de Moraes. O empresário tem usado a própria rede social para atacar Moraes, acusando-o de impor uma “censura agressiva” no Brasil.

No domingo (7), Moraes determinou que Musk seja investigado após prometer reativar perfis bloqueados por determinação do STF. “Estamos levantando todas as restrições. Este juiz [Alexandre de Moraes] aplicou multas pesadas, ameaçou prender nossos funcionários e cortou o acesso ao X no Brasil. Como resultado, provavelmente perderemos todas as receitas no Brasil e teremos que fechar nosso escritório lá”, escreveu o empresário, que também alegou que Moraes deveria “renunciar ou sofrer impeachment”.

Moraes decidiu incluir o empresário como investigado no inquérito das milícias digitais. Além de determinar a abertura de investigação para apurar as condutas de Musk, o ministro do STF estabeleceu multa diária de R$ 100 mil para cada perfil bloqueado judicialmente que for reativado pela plataforma.

Na decisão, Moraes disse que é “inaceitável que qualquer dos representantes dos provedores de redes sociais e de serviços de mensageira privada, em especial o ex-Twitter, atual ‘X’, desconheçam a instrumentalização criminosa que vem sendo realizada pelas denominadas milícias digitais, na divulgação, propagação, organização e ampliação de inúmeras práticas ilícitas nas redes sociais”.

“A flagrante conduta de obstrução à Justiça brasileira, a incitação ao crime, a ameaça pública de desobediência as ordens judiciais e de futura ausência de cooperação da plataforma são fatos que desrespeitam a soberania do Brasil”, afirmou Moraes.

De acordo com o ministro, as atitudes de Musk “reforçam a conexão da dolosa instrumentalização criminosa das atividades do ex-Twitter, atual ‘X’, com as práticas ilícitas investigadas pelos diversos inquéritos anteriormente citados, devendo ser objeto de investigação da Polícia Federal”.