Política

Líder do PL protocola urgência para votar anistia do 8/1 no plenário da Câmara

Lista conta com 264 assinaturas, a maioria delas de deputados dos partidos com ministério no governo Lula

Por R7 14/04/2025 16h04
Líder do PL protocola urgência para votar anistia do 8/1 no plenário da Câmara
Projeto na Câmara quer anistiar envolvidos no 8 de Janeiro - Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), protocolou nesta segunda-feira (14) o pedido para levar a anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro direto ao plenário da Câmara. A urgência conta com 264 assinaturas. Dessas, duas foram invalidadas durante o processo na Câmara.

A intenção do pedido é agilizar a votação da anistia, de forma que a proposta possa ter uma tramitação acelerada, sem passar por comissões.

Apesar de ter ultrapassado o mínimo necessário de 257 assinaturas, o pedido não se torna obrigatório e depende de decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para entrar na pauta de votações.

A maior parte dos apoios concedidos veio de deputados que estão em partidos da base do governo Lula — considerando pastas que têm ao menos algum ministério dentro do governo.

A articulação contou com apoio de partidos do centro, como PSD, União Brasil, PP e MDB. A adesão provocou desconforto no Executivo. Veja a relação de apoios ao perdido de urgência por partido:

PL: 90 (duas das assinaturas foram desconsideradas);
União: 40
PP: 35
Republicanos: 28
PSD: 23
MDB: 20
Podemos: 9
PSDB: 5
Avante: 4
Novo: 4
PRD: 3
Cidadania: 3

Segundo divulgou em nota, Sóstenes optou por antecipar a etapa para evitar que parlamentares retirem assinatura do pedido.

“Devido às notícias recebidas que o governo está pressionando os deputados a retirar assinaturas, mudei a estratégia e agora está protocolado o documento e público todos que assinaram”, afirma o parlamentar.

Versão mais leve

Entre as alternativas em debate está uma versão mais limitada da anistia. Nela, o perdão não alcançaria todos os crimes atribuídos aos réus. Permaneceriam válidas acusações como dano qualificado e deterioração de patrimônio, o que permitiria penas mais brandas, com possibilidade de cumprimento em regime semiaberto.

A ministra Gleisi Hoffmann afirmou que a revisão de condenações cabe ao STF, embora reconheça o direito ao debate no Congresso, desde que respeitada a autonomia do Judiciário.