Quer ser um Whindersson Nunes? Livro mostra o esforço para bombar na web
Ser um influenciador digital de sucesso não é fácil
Sinônimo de sucesso na internet, Whindersson Nunes, 22, tem cerca de 23 milhões de inscritos em seu canal no YouTube e 14,2 milhões de seguidores no Instagram. Para chegar lá, inspirou-se em outros youtubers e é hoje considerado um dos principais influenciadores digitais entre o público jovem. Acreditar é importante, mas a busca por sucesso nas redes sociais tem um lado B que esses perfis de sucesso geralmente não mostram.
Esta vida de muita ralação, nenhuma grana e pouco glamour está no foco do recém-lançado livro "(Not) Getting Paid to Do What You Love: Gender, Social Media and Aspirational Work" ([não] ganhar dinheiro para fazer o que ama: gênero, mídias sociais e trabalho aspiracional, ainda sem tradução para o português).
Brooke Erin Duffy, a autora, é professora do departamento de comunicação da Universidade Cornell (Nova York, EUA) e passou três anos pesquisando o tema nos Estados Unidos, para o qual fez mais de 50 entrevistas --principalmente com mulheres, pois os blogs e perfis analisados tratam de moda, estilo de vida e beleza. Seu objetivo era entender como essas produtoras de conteúdo gerenciavam seus empreendimentos por trás dos filtros digitais, colocando em prática "trabalhos aspiracionais".
Este é o termo usado pela autora para determinar um sistema de trabalho autônomo e geralmente não remunerado impulsionado pelo ideal de "ganhar dinheiro fazendo o que ama". A ideia é que todo o tempo, a energia e a dedicação investidos no presente se paguem futuramente, seja com recompensas materiais ou capital social (conhecer as pessoas certas e virar, de fato, um influenciador).
Apesar do otimismo, a autora é realista: apenas uma pequena fração desses criadores de conteúdo se destacam e chegam ao sucesso. Para os demais, fica apenas uma promessa que nunca será cumprida. Esse rigoroso "processo seletivo" também existe em outras profissões, mas com a superexposição das redes sociais o êxito se torna mais evidente.
Existem semelhanças óbvias entre os blogueiros de quem se espera a divulgação de produtos, sem que recebam para isso, e o sistema de estágio não remunerado --quando universitários são incumbidos de realizar tarefas e cumprir deveres diante da possibilidade de um emprego fixo
Trecho do livro ''(Not) Getting Paid to Do What You Love''
Leia a seguir trechos da entrevista por e-mail com Brooke Erin Duffy.
Aquilo que você chama de trabalho aspiracional pode parecer mais fácil e divertido que os trabalhos tradicionais. Ao ver de perto a realidade dessas atividades, o que mais chamou à sua atenção?
Apesar dos blogs de moda e outras formas de trabalho aspiracional, as profissionais com quem conversei passam grande parte de seu tempo com uma atividade nada glamourosa: e-mail. Elas também dedicam uma energia considerável construindo parcerias com patrocinadores em potencial, produzindo e editando fotos, promovendo seu trabalho.
É praticamente impossível tirar folga, porque elas podem perder audiência e, consequentemente, patrocínios. Portanto, estão sempre conectadas. E são autônomas, sem estabilidade ou benefícios.
Outro aspecto pouco considerado é a natureza seletiva desta carreira. Poucas blogueiras e usuárias do Instagram conseguem um sucesso incrível, como a brasileira Camila Coutinho (criadora do blog de moda Garotas Estúpidas e dona de um perfil no Instagram com mais de 2,2 milhões de seguidores), enquanto as demais trabalham muito duro apenas para conseguir pagar as contas.
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