Saúde

China revê dados da epidemia de Covid-19 e reduz número de mortos para 1.380

Autoridades de saúde constataram 'estatísticas duplicadas' em Hubei, epicentro da epidemia.

Por G1 14/02/2020 09h09
China revê dados da epidemia de Covid-19 e reduz número de mortos para 1.380
China revê dados da epidemia de Covid-19 e reduz número de mortos para 1.380 - Foto: Aly Song / Reuters

As autoridades de Saúde da China revisaram o número total de mortos na epidemia Covid-19, infecção causada pelo coronavírus. Nesta sexta-feira (14), Comissão Nacional de Saúde informou que o número atual de mortes é 1.380, e não 1.483 como divulgado anteriormente.

A China disse que a diferença de 103 mortes foi devido a "estatísticas duplicadas" apenas na província de Hubei, onde está a cidade de Wuhan, considerada epicentro da epidemia. O governo de Pequim não revelou mais detalhes sobre o erro.

O governo chinês também excluiu 1.043 casos de pacientes contaminados dos balanços de Hubei. Por conta desta revisão, o número de pessoas contaminadas na China continental é de 63.851, sendo que no início desta sexta esse total ultrapassava 64.000.

Com a adoção dos novos critérios de contagem de casos, os números subiram na quinta-feira (13) e, apesar de permanecerem altos, houve uma pequena queda nesta sexta em relação ao dia anterior.

O novo método de contagem não exige mais um exame laboratorial que confirme a presença do coronavírus como um resultado positivo, e agora uma radiografia pulmonar é suficiente. A modificação permite, segundo autoridades de saúde, mobilizar recursos mais rapidamente para oferecer tratamento às pessoas doentes.

O que mudou na metodologia

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse ao G1 que está acompanhando as atualizações recentes da China sobre os protocolos de definição e contagem de casos de Covid-19 e que esperam respostas do país asiático.

"Nós percebemos que a nova definição dos casos amplia a rede", disse a agência da ONU em um comunicado. "Ela inclui não só os casos confirmados em laboratório, mas também os avaliados clinicamente a partir de sintomas e exposição."

O novo procedimento de diagnóstico pode explicar o salto no número de mortes, disse Raina McIntyre, chefe de pesquisa em biosegurança do Kirby Institute na Universidade de Nova Gales do Sul.

"Presumivelmente, há mortes que aconteceram com pessoas que não tiveram um diagnóstico de laboratório, mas tiveram uma tomografia computadorizada", disse ela à Reuters. "É importante que isso também seja contabilizado."

O novo exame por tomografia está sendo usado apenas em Hubei, disseram as autoridades.