Em Maceió, cerca de 100 casos de violência doméstica são registrados por mês
Segundo o juiz Paulo Zacarias, tramitam no Estado aproximadamente 15 mil ações envolvendo violência contra a mulher

O número de processos envolvendo violência contra a mulher tem aumentado em Alagoas, segundo o juiz Paulo Zacarias, titular do 4º Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Maceió. Hoje são cerca de 15 mil ações no Estado, sendo quase 8.900 penais. A cada mês, aproximadamente 100 casos chegam somente à unidade, que funciona no Centro da Capital.
Para o magistrado, o aumento se dá porque as mulheres estão mais conscientes dos seus direitos. “Já ouvi relatos de mulheres que sofreram 20 e até 30 anos de violência doméstica. Então, quando muitas procuram a delegacia é porque já chegaram no ponto extremo e insuportável, e passam por cima daquilo que as prendem ao homem, como o sustento financeiro, filhos ou até esperança de que ele possa mudar”, explicou.
A maioria dos processos que tramitam no Juizado são referentes a crimes de lesão corporal e ameaça promovidos pelo companheiro, namorado ou marido da vítima. Muitas mulheres relatam que no começo da relação o parceiro é bom e gentil, mas ao longo do tempo acaba revelando uma personalidade agressiva.
“Muitas vezes as pessoas são agressivas por uma formação cultural. A gente sabe o quanto no Brasil, no Nordeste e na América Latina ainda existe essa cultura machista e sexista, do desvalor da mulher, e isso precisa ser mudado”, afirmou a promotora de Justiça Maria José Alves, que atua no Juizado.
Medidas Protetivas
Como forma de coibir a violência contra a mulher, a Lei Maria da Penha garante a aplicação de medidas protetivas, que consistem, por exemplo, em afastar o agressor do lar e determinar uma distância mínima de aproximação da vítima.
Para o juiz Paulo Zacarias, essas medidas são as melhores garantias que a lei dá. “Muitos homens quando recebem uma ordem para sair de casa sentem uma invasão muito grande na vida dele, acham que não era para a Justiça se meter e que na casa dele ninguém poderia mandar. Mas a Justiça pode interferir sim, para garantir a segurança da mulher”.
De acordo com a lei, os bens da vítima também podem ser protegidos, por meio de ações como bloqueio de contas, indisposição de bens e restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor.
Veja também
Últimas notícias

Hospital de Emergência do Agreste inicia campanha Outubro Rosa com adesão de servidores

Polícia Civil prende foragido envolvido em homicídio no bairro Guaxuma

Governo do Estado anuncia novos voos do Uruguai para Alagoas na Semana Santa 2026

Idoso fica ferido em acidente entre caminhão e motocicleta em Arapiraca

Polícia Civil promove capacitação em Maragogi sobre atendimento a mulheres vítimas de violência

Povoados recebem obras para melhorar abastecimento de água em Palmeira dos Índios
Vídeos e noticias mais lidas

Homem confessa que matou mulher a facadas em Arapiraca e diz ela passou o dia 'fazendo raiva'

Guilherme Lopes dispara contra Beltrão: 'Penedo não deve nada a você'

Empresário arapiraquense líder de esquema bilionário perseguia juízes e autoridades, diz ex-mulher

Quem era 'Papudo': líder de facção de altíssima periculosidade morto confronto em Arapiraca
