Seris e UFAL promovem seminário que aborda a educação em prisões
Evento ocorre até sexta-feira (14) e envolve comunidade acadêmica e gestores da Seris
Começou nesta segunda-feira (10), o II Encontro Estadual de Educação em Prisões de Alagoas e o I Seminário de Educação em Prisões de Alagoas - Educação de pessoas em privação de liberdade: embates, políticas públicas e práticas educacionais. O evento é promovido pela Secretaria da Ressocialização e Inclusão Social (Seris) em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e acontece até a sexta-feira (14).
As atividades acontecem no campus da Ufal e envolve a comunidade acadêmica e gestores da Seris, integrando a programação da VI Semana Internacional de Pedagogia: Pedagogia em movimentUS: aproximações entre Universidade e Sociedade. De acordo com a gerente de Educação, Produção e Laborterapia da Seris, agente penitenciária Andréa Rodrigues, o trabalho integrado com especialistas possibilita os avanços na área da educação nas prisões.
"Os resultados que estamos alcançando só são possíveis graças ao intenso trabalho diário de preparação desenvolvido com os reeducandos, pois procuramos inseri-los nas políticas nacionais. Além disso, todos os profissionais envolvidos no processo educacional estão em sintonia para promover a missão da Seris, que é ressocializar. Esse encontro realizado pela Seris e UFAL é um marco na área da educação no ambiente carcerário", disse.
Rodrigues lembrou ainda que em 2018, um custodiado alagoano conseguiu alcançar o 38º lugar na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) enquanto outros três reeducandos conquistaram os três primeiros lugares no Concurso de Redação da Defensoria Pública da União (DPU). Atualmente, cerca de 500 pessoas estão estudando no sistema prisional, além dos custodiados que estão inseridos em cursos de qualificação profissional.
Segundo a Diretora da Escola Estadual Educador Paulo Jorge dos Santos Rodrigues, Alba Marinho, o evento reforçar plano de ação desenvolvido tanto para as pessoas privadas de liberdade, quanto para os adolescentes que cumprem medidas socioeducativas. "Nosso público é muito específico, por isso, a parceria que mantemos com a equipe de Educação do sistema prisional tem contribuído para aprimorar as práticas pedagógicas e consequentemente melhorando nosso trabalho”, destacou.
A Profa. Dra. Elenice Onofre, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) foi uma das palestrantes desta segunda-feira (10), abordando o tema Capacitação para os Profissionais que Atuam com Educação em Espaços de Privação de Liberdade: Dialogando sobre Educação para as Pessoas Provadas de Liberdade. De acordo com a profissional, o encontro demonstra a preocupação do Estado com a promoção da ressocialização.
"Essa iniciativa é muito importante e durante a roda de conversa, tive a oportunidade de abordar assuntos ligados a área da educação nas prisões, ressaltando que o êxito na área depende da integração entre Estado e profissionais envolvidos. Os reeducandos só perderam o direito ao convívio social, mas devem ter assegurados todos os outros direitos, e com iniciativas como essa, Alagoas demonstra que está assegurando isso", afirmou.
"Se os profissionais não forem preparados para atuar dentro das prisões, eles não conseguirão identificar os papéis que devem ser desempenhados por eles naqueles espaços. Os debates e formações, prepara o sujeito para aquele ambiente e para fazer a abordagem adequada dos custodiados dentro da sala de aula", concluiu Andréa Rodrigues.