Com 21 assassinatos de LGBTs, Alagoas ganha destaque como um dos estado mais violentos
Dados demonstram grande número de mortes registradas no ano passado

Nesta segunda-feira (17) é celebrado o Dia Internacional de Combate à Homofobia em todo o mundo. Esta data surgiu após o termo “homossexualismo” deixar de existir, e as relações homossexuais deixaram de ser vistas e classificadas como uma doença, no ano de 1990.
Para muitas pessoas, esta data carrega um simbolismo importante para a suas lutas diárias pela sobrevivência em um dos países onde mais se mata pessoas LGBTQIA + no mundo.
Somente em 2020, o Brasil registrou 237 assassinatos de pessoas LGBts em território nacional, conforme consta o Observatório de Mortes Violentas LGBTI+. Em Alagoas, 21 mortes foram registradas em todo o território estadual, sendo considerado o mais violento do Nordeste e do país.
Sabendo disso, o 7Segundos buscou ouvir pessoas envolvidas nas lutas pelos direitos políticos e pela segurança desta população, em todo o território alagoano.
O diretor-geral do Centro de Acolhimento Ezequias Rocha Rego (CAERR), Carlos Eduardo, deu suas opiniões sobre esta data.
“Hoje é 17 de maio, Dia Internacional do Combate à Homofobia. Temática de uma ação que nos inferioriza, maltrata e, conseguinte, nos mata. Inclusive, podemos depreender que suas raízes estão entrelaçadas na misoginia e que se inicia na construção violenta das masculinidades onde sempre há rejeição de tudo o que socialmente é atribuído às mulheres, a exemplo, expor emoções, agir com feminilidade”, explicou.
Além disso, o gestor da primeira casa de acolhimento para a população LGBTQIA + do estado, explicou a importância deste projeto.
“O CAERR surge também com o objetivo social de empoderar toda a Comunidade LGBTQIA + frente à sociedade e, em especial, frente às violências”, informou Carlos.
A assessora técnica de Promoção dos Direitos de LGBTs, da Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh), Jade Soares, também comentou sobre a importância do dia de hoje.
Jade é a primeira mulher transexual nomeada para o cargo em que ocupa na secretaria, e em sua perspectiva, é importante reconhecer o trabalho prestado pela sociedade civil e por ONGs como o CAERR.
“É importante ressaltar que a sociedade civil organizada, as ONGs LGBTs que defendem os direitos humanos são responsáveis por 99,9% de todas as políticas criadas e executadas no nosso país. Ainda há muito o que se lutar. Falta empregabilidade, falta mão de obra das pessoas LGBTs no mercado de trabalho, falta saúde humanizada e educação qualificada para nossa população”, respondeu.
Além disso, a assessora ressaltou a importância do trabalho prestado pela Semudh, como um órgão de combate à LGBTfobia no estado de Alagoas.
“Não podemos esquecer que a maior ferramenta que a gente tem de denúncia de violação dos direitos humanos além da sociedade civil é a Semudh, que acolhe e encaminha as denúncias de violação desta população”, finalizou.
Veja também
Últimas notícias

"Missão cumprida, mas justiça pela metade", desabafa mãe de Roberta Dias após condenações no caso

Seprev entrega 273 Carteiras de Identidade Nacional garantidas pela Casa de Direitos

Acidente entre motociclistas no Bosque das Arapiracas deixa vítimas com escoriações

Motociclista sofre fratura após colisão com carroça em Maceió

Idosa de 88 anos é socorrida após mal súbito em Arapiraca

Polícia prende suspeito de tráfico e apreende drogas e arma de fogo em Joaquim Gomes
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
