Censo 2022 do IBGE indica que não há população no bairro do Mutange, em Maceió
Instituto descartou a informação de que o bairro desapareceu da contagem durante a varredura do Censo naquele ano

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmou nesta quinta-feira (14) ao portal 7Segundos que o número de pessoas que moravam no bairro do Mutange, em Maceió, não foi computada durante a varredura do Censo 2022. Isso quer dizer que o bairro não desapareceu da contagem, foi apenas um erro técnico do órgão. Na lista enviada pelo órgão para a reportagem, não consta nenhum habitante no local.
Mesmo sem população, comércio e imóveis, Mutange continua sendo um bairro, de acordo com a Lei Municipal nº4687 de 1998.
Mutange é um dos bairros afetados pelo afundamento do solo provocado pela exploração de sal-gema na capital, pela Braskem. Cerca de 60 mil pessoas que moravam no local, além do Pinheiro, Bom Parto, Bebedouro e Farol, tiveram que evacuar da região porque os imóveis estavam comprometidos e com rachaduras.
De acordo com o IBGE, durante a operação censitária, os recenseadores, supervisores e coordenadores do IBGE trabalharam em todo o bairro executando o percurso completo de suas quadras, conforme prevê o manual do recenseador do Censo Demográfico 2022.
Foi constatado que o bairro se encontra delimitado na malha de setores e também se apresenta no panorama, porém não foi computada a população no Censo, o que justifica a não representatividade no Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra).
O Sidra é um sistema onde maior parte dos dados do IBGE ficam disponíveis ao público.
Ainda de acordo com o instituto, o Sidra oculta os resultados dos bairros com população igual a zero, motivo pelo qual o Mutange está ausente da listagem. O mesmo ocorreu com outros 101 bairros de todo Brasil, que constam na malha territorial e também foram devidamente recenseados, mas não registraram moradores por ocasião do Censo 2022.
Em 2010, a população do bairro era de 2.632 moradores. Em 2022, não havia mais população registrada no IBGE. Os dados do órgão ainda revelam que houve uma redução de 30.131 moradores em todos os cinco bairros afetados.
O Farol foi o único bairro que apresentou aumento, e o Bebedouro passou a ser menos populoso na capital. No total, em Maceió, há uma população de 957.916 pessoas.
De acordo com a Defesa Civil, 9.173 imóveis foram demolidos nas regiões atingidas pelo afundamento do solo.
Confira abaixo a nota do IBGE na íntegra:
A Superintendência do IBGE em Alagoas esclarece que o Bairro do Mutange na capital Maceió foi devidamente recenseado pelo Censo Demográfico 2022, utilizando-se exatamente a mesma metodologia aplicada em todo o estado e em todo o país.
Durante a operação censitária os recenseadores, supervisores e coordenadores do IBGE trabalharam em todo o bairro executando o percurso completo de suas quadras, conforme prevê o manual do recenseador do Censo Demográfico 2022.
Na oportunidade, o IBGE verificou que não existiam mais domicílios particulares ocupados naquele bairro. Ou seja, não havia população residente na localidade à época do levantamento, embora o bairro se encontre normalmente delimitado na malha de setores censitários do próprio IBGE.Apesar dos resultados do Mutange não apresentarem população, este continua sendo classificado como um bairro, conforme a Lei Municipal nº 4.687 de 1998.
Ocorre que o Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA) oculta os resultados dos bairros com população igual a zero, motivo pelo qual o Mutange está ausente da listagem. O mesmo ocorreu com outros 101 bairros de todo Brasil, que constam na malha territorial e também foram devidamente recenseados, mas não registraram moradores por ocasião do Censo Demográfico 2022.
Outros bairros de Maceió atingidos, em alguma medida, pelos mesmos eventos que resultaram na evacuação do bairro do Mutange contavam com população residente à época e, por isso, constam nos resultados extraídos no sistema. Isso ocorre, dentre outros motivos, porque a malha de setores censitários (áreas de trabalho dos recenseadores) utilizada pelo IBGE não coincide, necessariamente, com a área de risco e evacuação definida pelos órgãos competentes.
Portanto, à época do levantamento poderiam existir em alguns bairros envolvidos, alguns setores integralmente ou parcialmente habitados e não evacuados.
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