Justiça

Neto, que matou a própria avó em São Miguel dos Campos, é condenado a 37 anos de prisão

O crime teria ocorrido devido o acusado ser usuário de drogas e, sua avó, ter tentado fazer com que ele largasse o vício

Por Wanessa Santos, com Assessoria 21/02/2025 09h09 - Atualizado em 21/02/2025 09h09
Neto, que matou a própria avó em São Miguel dos Campos, é condenado a 37 anos de prisão
João Gabriel Silvestre Lopes foi condenado a 37 anos de reclusão em regime fechado - Foto: Itawi Albuquerque

Foi condenado a 37 anos de reclusão, em regime fechado, João Gabriel Silvestre Lopes, acusado de ter matado a própria avó, no município de São Miguel dos Campos, no ano de 2020. O júri ocorreu nessa quinta-feira (20), em Maceió, e contou coma atuação da promotora de Justiça, Adilza Freitas, que representou o Ministério Público de Alagoas (MPAL).

De acordo com as investigações do caso, o crime teria ocorrido devido o acusado ser usuário de drogas e, sua avó, Maria Aparecida da Conceição, ter tentado fazer com que ele largasse o vício. O Conselho de Sentença acatou o crime de homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, sem chances de defesa para a vítima e com as circunstâncias agravantes de ter cometido crime de homicídio contra ascendente e maior de 60 anos.

João Gabriel morava na casa da avó com ela e mais dois tios, no entanto, sempre estavam discutindo, segundo a sua genitora, porque ele era usuário de drogas e Maria Aparecida não aceitava. Na madrugada do dia 2, por volta das 5h, quando um dos filhos da vítima entrou em casa encontrou a mãe morta e ensanguentada, com ferimentos provocados por violência extrema. Consta nos autos que ela morreu em decorrência de um “arremesso” feito pelo neto.

Para se safar, segundo a Promotoria, o assassino tentou criar um álibi afirmando que tinha dormido, naquela noite, entre 23 e 00h, na casa de um amigo que morava em frente ao imóvel de sua avó, e acordado entre 10h e 11h do dia seguinte. O que foi desmentido pelo rapaz ao sustentar que ele, de madrugada, teria convidando para usar drogas.

Outro fato que chamou a atenção da vizinhança foi o de que a vítima tinha dois cachorros que se manifestavam caso aparecessem pessoas desconhecidas, o que não ocorreu no dia do crime, levando a polícia a suspeitar que o responsável por sua morte era alguém do convívio e conhecido dos animais.

“Um crime que nos abre grandes reflexões sobre o transviamento que as drogas promovem nos jovens. A idosa, que nada mais queria senão o bem do neto, foi severamente agredida e morta por ele. E não há como reparar a barbárie senão buscando a justiça em respeito às vítimas, em defesa da vida, e dando uma resposta à sociedade que nos cobra e fica vigilante. A condenação do réu põe um fim no luto da família”, evidencia a promotora Adilza.