Ponte causa impasse entre bugueiros e proprietários de terreno em Maragogi
Impasse segue há duas semanas na cidade litorânea
Uma ponte no sítio Corre Água, no município de Maragogi, na região Norte de Alagoas, vem causando um impasse entre os buggueiros e os proprietários do terreno onde as águas do riacho Maceiozinho passam. O equipamento de madeira chegou a ser interditado, mas a passagem foi “liberada” novamente e atualmente a ponte foi cercada por correntes e o sítio cercado com estacas nesta sexta-feira (19).
A ponte centenária que fica no sítio Corre Água foi reformada recentemente pelos proprietários de buggy, mas sem a autorização dos donos do terreno particular e foi então que o impasse começou. Os proprietários entraram em contato com o Instituto do Meio Ambiente (IMA) e o equipamento de madeira foi interditado, mas depois os lacres foram arrancados e a passagem ficou livre e logo depois foi novamente interditada.
A proprietária do terreno, Pauline Braga Resende Melo, ficou surpresa quando viu a ponte reconstruída no terreno. “No dia 5 de outubro nós fomos surpreendidos com umas fotos informando que o sítio além de ter sido invadido, estava com um trator abrindo a estrada e o mais sério: a construção da ponte. Então a gente entrou em pânico porque a gente sabe que crime ambiental resulta em até cadeia. A nossa preocupação de imediato foi denunciar o crime ambiental, antes que a gente fosse acusado”, contou.
Pauline Braga Resende Melo contou o que aconteceu após a denúncia. “Fomos no IMA e eles nos orientaram a registrar um Boletim de Ocorrência da invasão, aí eu fiz. Nesse mesmo dia o IMA veio e interditou na quarta-feira (14). Quando foi na sexta-feira (12), no feriado, para a minha surpresa: os buggys estavam transitando normalmente. Então a gente comunicou mais uma vez ao IMA sobre isso”, informou.
A proprietária ainda espera um diálogo com os proprietários de buggys. “Infelizmente eles agiram como se aqui não tivesse dono e quando nós somos daqui a vida toda. Faltou essa comunicação e a gente foi pego totalmente de surpresa. Nós estamos nos sentido totalmente invadidos e vai priorizar a proteger o que é nosso”, frisou.
O vice-presidente da Associação dos Bugueiros de Maragogi, Sergio Henrique Rocha Silva, contou a versão dele. “Hoje são quase 200 famílias trabalhando, depende disso são 200 famílias e indiretamente só Deus sabe. Os donos fizeram essa interdição. Eu, como todo buqueiro, estou aqui para entrar em negociação para ver se cedem alguma coisa para a passagem dos buggys, para a gente poder trabalhar. Só é isso que a gente quer. Pedimos para que eles se sensibilizem com o nosso trabalho, que a gente vem sofrendo”, contou.