'Não precisamos de cartinha para falar que defendemos a democracia', diz Bolsonaro
Candidato à reeleição criticou documento elaborado por diversos segmentos da sociedade em defesa do sistema eleitoral brasileiro

Na convenção que oficializou a aliança do Partido Progressista com o Partido Liberal, o presidente Jair Bolsonaro criticou, nesta quarta-feira (27), a carta elaborada por diversos segmentos da sociedade do país em defesa da democracia, do sistema eleitoral brasileiro e das urnas eletrônicas.
"Defendemos a democracia. Não precisamos de nenhuma cartinha para falar que defendemos a democracia. Que queremos cada vez mais cumprir e respeitar a Constituição. Não precisamos, então, de apoio ou sinalização, de quem quer que seja, para mostrar que o nosso caminho é a democracia, liberdade e o respeito à Constituição", afirmou Bolsonaro.
O documento foi feito na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e, em menos de 24 horas, obteve a assinatura de mais de 100 mil pessoas. A carta não cita Bolsonaro e afirma que "estamos passando por momento de imenso perigo" para a normalidade democrática, com risco às instituições e insinuações de desacato ao resultado das eleições.
"Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o estado democrático de direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional", destaca o documento.
A carta também foi criticada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), que insinuou, nesta terça-feira (26), que os banqueiros assinaram o documento apenas por causa do prejuízo que os bancos tiveram com o suposto sucesso do Pix.
"Eles podem assinar manifestos contra porque estão livres da perseguição, mas o Banco Central, independente, coloca em prática o Pix, que por ano transferiu mais de R$ 40 bilhões de tarifas que os bancos ganhavam a cada transferência bancária e hoje é de graça", argumentou Nogueira nas redes sociais.
Na convenção, o ministro da Casa Civil utilizou seu discurso para defender a reeleição do atual ocupante do Palácio do Planalto. "Eu costumo dizer que o presidente Bolsonaro de 2022 é muito melhor que o presidente Bolsonaro de 2018. Ao contrário de seu oponente, que é muito pior em 2022 do que o de 2002 [em referência a Lula]. Essa é a grande diferença [entre os dois principais candidatos]", disse Nogueira.
O progressista afirmou que "alguns pensam em fazer do nosso país uma ucranização", sem dar mais detalhes sobre a frase, e que os interesses dos outros se sobrepõem aos interesses brasileiros. Nogueira ainda deu recado ao candidato do PT: "Nós teremos um Congresso Nacional com mais de 300 deputados aliados a Bolsonaro".
Arthur Lira
No início de seu discurso, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), justificou o fato de não ter se manifestado sobre o recente encontro de Bolsonaro com embaixadores estrangeiros, no qual o chefe do Executivo criticou o sistema eleitoral brasileiro e levantou suspeitas, sem provas, contra as urnas eletrônicas. O alagoano vinha sendo cobrado para se manifestar sobre o assunto.
"Eu não queria aproveitar o momento formal e festivo de nossa convenção para fazer qualquer tipo de justificativa, pública ou privada. Mas queria deixar um recado bem claro e, óbvio, quem me conhece de maneira transparente e reluzente, como dizemos no Nordeste. A Câmara dos Deputados fala quando é necessário falar, não quando querem obrigá-la a falar", disse.
"Eu dei mais de 20 mensagens de que sempre fui a favor da democracia e de eleições limpas e transparentes. E eu confio no sistema eleitoral. Não precisa de movimento público ou político fazer com que isso se apresente de maneira necessária. As instituições brasileiras são fortes, perenes, e não são e nunca serão redes sociais. Não podemos banalizar as palavras das autoridades no Brasil, e não farão isso com a Câmara dos Deputados enquanto eu for presidente", completou.
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