Taxa de homicídios de adolescentes em Alagoas é quase o dobro da média nacional
Devido estatística, Unicef atua junto a municípios alagoanos para reduzir índice
A grande quantidade de homicídios de adolescentes em Alagoas chamou a atenção do Fundo das Nações Unidades para a Infância, que esta semana se reúne com os municípios alagoanos que integram o Selo Unicef para a adoção de políticas que levem a redução do índice de violência envolvendo crianças e adolescentes.
De acordo com dados levantados pelo Sistema de Informações de Mortalidade (SIM/Datasus) de 2016, 11.351 pessoas com até 19 anos foram assassinadas em todo o Brasil. Um percentual de 34 por 100 mil habitantes. Em Alagoas, essa proporção é quase o dobro: 66 por 100 mil habitantes. Naquele ano, 529 meninos e meninas entre 10 e 19 anos foram vítimas de homicídio. No mesmo período, outros 289 adolescentes cumpriam medidas socioeducativas em Alagoas. Ainda em 2016 foram registros 1.278 casos de estupro e outros 124 tentativa de estupro em Alagoas. Números que tiveram uma elevação em 2017, com 1.485 estupros e outros 127 tentativas, segundo dados levantados pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.
A partir dessas informações, o Unicef decidiu contribuir para os 63 municípios alagoanos que integram o Selo "Amigo da Criança" adotem estratégias que já se mostrarem eficazes em outras regiões do país para a redução de homicídios de adolescentes, para o atendimento adequado a vítimas de violência, especialmente a violência sexual, para a conscientização contra o racismo e a municipalização de medidas socioeducaticas em meio aberto.
Nesta terça-feira (14), secretários municipais de Assistência Social, de Saúde, de Educação, e ainda os presidentes dos Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescentes, e representantes de Conselhos Tutelares de municípios do Agreste e Sertão se reúnem no Planetário, em Arapiraca, para ouvir as propostas de ações que visam proteger as crianças e adolescentes da violência.
“Os municípios têm papel fundamental na proteção das crianças e adolescentes”, diz Helena Oliveira, especialista em Proteção do Unicef no Brasil. “Esperamos, nesses encontros, compartilhar muitas boas experiências que existem no Brasil para que os meninos e as meninas parem de ser assassinados, vítimas de acidentes, cometer suicídios, sofrer racismo e discriminação e ser vítimas de violência sexual”, completa.
De acordo com o Unicef, todos os dias, 31 crianças e adolescentes são assassinados no Brasil (Datasus 2016) e 43 mil meninos e meninas podem não conseguir chegar à vida adulta no período entre 2015 a 2021, (IHA 2014), se a situação não mudar. Em sua maioria, estas vítimas de homicídios são meninos, negros, que vivem nas periferias dos grandes centros urbanos e que estavam fora da sala de aula. De acordo com relatório do IHA, meninos têm 12 vezes mais riscos de serem assassinados do que meninas e os negros correm três vezes mais risco de serem mortos do que os brancos.
Na quarta-feira, o Unicef e parceiros se reúne com gestores dos municípios da Zona da Mata e Região Norte no auditório da OAB, em Maceió, das 8h às 16h.
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