Ficar em casa com a geladeira vazia não é a melhor estratégia, diz Hector Martins
Segundo o ex-presidente da OAB de Arapiraca em todo mundo o isolamento social é a arma mais eficaz para se combater a propagação da doença e não pode ser diferente no Brasil
Diante da pandemia mundial do COVID-19 (Corona Vírus) a sociedade sofre com um cruel dilema: manter o isolamento social ou trabalhar para ter comida na mesa? Não é fácil responder, a única coisa previsível é que o mundo jamais será o mesmo após essa catástrofe em forma de doença. Mas são nesses momentos de crise que os homens públicos precisam mostrar competência, apontar soluções.
Segundo o ex-presidente da OAB de Arapiraca, advogado Hector Martins, em todo mundo o isolamento social é a arma mais eficaz para se combater a propagação da doença e não pode ser diferente no Brasil, ficar em casa deve ser realmente o melhor remédio, no entanto, o poder público não pode ser apático. Não pode repetir tão-somente a reclusão das pessoas. É preciso que o governo federal, estadual e municipal libere recursos para as pessoas ficarem em casa e assim manter a vida. Não adianta obrigar as pessoas ficarem em casa com a geladeira vazia, sem ter o básico para comer. É necessário o equilíbrio. A população fará a sua parte quando estiver segura que mesmo ficando em casa vai ter suas necessidades básicas atendidas. O povo precisa de saúde, mas também precisa se alimentar, explica.
Vários países já deram início ao pagamento de uma ajuda financeira para a população. No Brasil o Congresso já aprovou e o Presidente Jair Bolsonaro vai começar a pagar um valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) para a população mais vulnerável. Aguarda apenas cumprir a parte burocrática da liberação do supracitado valor.
Martins esclarece que “a ajuda federal por si só é muito pouca, mas pode ser complementada por outras esferas. Estados e Municípios podem socorrer financeiramente aos que mais precisam, a exemplo do que foi decidido pelo prefeito de Salvador que anunciou a liberação de R$270,00 (duzentos e setenta reais) para a população mais carente, ou a liberação de microcrédito pelo Banco do Povo em São Paulo. São estratégias que precisam ser replicadas por todo país. Em Alagoas o Governo do Estado sinalizou a liberação do Fundo de Combate a Erradicação da Pobreza (FECOEP), mas ao invés de liberar o recurso para as pessoas, achou por bem adquirir em cestas básicas e isso pode fazer com que o recurso não circule no mercado local, engessando a circulação da moeda entre os que mais precisam no momento”.