Brasil

Polícia apura ofensas a judeus em panfletos jogados em ruas no Rio

Delegado diz que investigação trabalha para identificar os autores desse ataque e ainda quem imprimiu as mensagens

Por Metrópoles 09/08/2021 11h11 - Atualizado em 09/08/2021 11h11
Polícia apura ofensas a judeus em panfletos jogados em ruas no Rio
Panfletos com ofensas jogados em ruas no Rio - Foto: Reprodução

A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga suposto crime de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional em panfletos com ofensas jogados em ruas de condomínios em bairro da Zona Oeste da cidade. Moradores ficaram assustados com papéis com a mensagem: “Judeus acumuladores compulsivos de ouro diamante e dólares”.

Os recortes estavam no chão do Mundo Novo e Parque das Américas, durante o fim de semana, e surpreenderam a vizinhança. O delegado Leandro Gontijo de Siqueira Alves, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), disse ao Globo que a polícia realizou diligências locais e apreendeu alguns dos bilhetes.

A polícia segue a investigação, em busca de imagens de câmeras de segurança da região. O delegado disse que o objetivo é identificar os autores desse ataque e ainda quem imprimiu as mensagens.

O presidente da Federação Israelita do Estado do Rio (Fierj), Alberto David Klein, afirmou ao jornal que os papéis com ofensas simbolizam um ataque de ódio a grupos minoritários.

“É inacreditável que hoje discutimos mais esse assunto do que há dez anos. A polarização tem levado ao extremismo, ao racismo, ao antissemitismo. E o que nos preocupa não é a mensagem tão somente nos bilhetes, mas a consequência dessas causas, porque pode ser que as pessoas que organizaram isso têm seguidores e queiram dar prosseguimento a essas ações”, afirmou ele ao Globo.

De acordo com Klein, é preciso voltar ao equilíbrio, à normalidade e ao diálogo, para que sociedade a diversidade.

Também presidente da Associação Cultural Memorial do Holocausto, localizado no Mirante do Pasmado, em Botafogo, Klein ressaltou a importância do exercício do respeito à defesa dos direitos humanos, à tolerância e ao humanismo.

“É preciso que ensinemos nas escolas esses valores para que mensagens como as que estamos discutindo agora não voltem a ser disseminadas”, afirmou ele.