Dados apontam que 12,15% dos dependentes químicos têm alguma DST

Dados do programa Rede Acolhe, vinculado à Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), mostram que 12,15% dos dependentes químicos acolhidos pela rede chegaram aos centros de acolhimento com alguma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), nova denominação para Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST).
De janeiro de 2016 a fevereiro deste ano, foram 2.957 pessoas acolhidas pela Rede Acolhe. Destas, 359 entraram com IST. A sífilis foi a doença que apareceu em maior número com 313 pessoas, correspondendo a 9,4% do total.
O vírus da imunodeficiência humana (HIV), causador da AIDS, aparece em segundo na lista, com 25 pessoas infectadas. Deram entrada, ainda, 13 pessoas com Hepatite C e 8 com Hepatite B.
Um dos casos é o do senhor P.R.B, de 60 anos, que fez uso do crack por 12 anos e contraiu o vírus HIV. Durante esse tempo, ele experimentou também drogas injetáveis. Segundo o dependente, o uso recorrente de drogas sem a preocupação com a saúde foi o que o levou a se infectar.
“Após usar drogas, fui percebendo a mudança em meu corpo. Perdi meus dentes, emagreci demais. Tenho convicção de que adquiri o vírus por meio de seringas durante o uso de drogas”, contou ele.
O dependente, que trabalha como músico desde os 15 anos, ficou sabendo que estava infectado com o HIV ao fazer o exame rápido no Centro de Acolhimento para Pessoas com Dependência Química da Rede Acolhe. P.R.B está internado há quatro meses em um das 37 comunidades acolhedoras credenciadas pelo Governo de Alagoas por meio da Seprev. "Mesmo sabendo que estou infectado, quero continuar meu acolhimento e seguir minha vida normalmente. O mais importante agora é me livrar das drogas para sempre", confessou.
De acordo com o psicólogo clínico especialista em dependência química da Rede Acolhe, Amilton Júnior, o uso de entorpecentes é um grave fator de risco de infecção. “No caso das mulheres, muitas enfrentam a difícil realidade da prostituição. A troca de sexo por droga e a mudança constante de parceiros sexuais dentro do próprio tráfico são fatores elevados de risco”, explica.
De maneira geral, segundo o psicólogo, o entorpecente deixa o usuário mais vulnerável, até mesmo no caso de drogas lícitas, como o álcool. “A pessoa embriagada fica mais sujeita a fazer sexo sem proteção. Isso sem contar com as drogas injetáveis que, mesmo com menor incidência em relação às outras, é um meio perigoso de contaminação”, alerta o psicólogo.
Antes de ser encaminhado para uma comunidade acolhedora, todo dependente recebido pela Rede Acolhe passa por uma triagem cujo processo inclui exame rápido de IST. Aquele que recebe resultado positivo é encaminhado para a rede de saúde e acompanhado durante todo o tratamento na comunidade.
Como é o caso de P.R.B, que vai uma vez por mês ao Hospital Universitário fazer exames e receber o coquetel tomado todos os dias na comunidade. O acolhido conta que graças ao exame realizado no Centro de Acolhimento, ele pôde tratar da infecção antes que a doença desenvolvesse no organismo.
Quem tiver interesse em tratar a dependência química de forma gratuita, basta se dirigir a um dos dois Centros de Acolhimento, um localizado na rua Capitão Samuel Lins, no bairro Farol, em frente ao Mirante de Santa Terezinha, em Maceió, ou na rua Barão de Alagoas, 118, no Alto do Cruzeiro, em Arapiraca. A Rede Acolhe conta ainda com o call center 0800.280.9390.
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