Cidades

Sucursal de Arapiraca da TV Gazeta encerra as atividades

Equipes foram demitidas na manhã desta sexta-feira (30)

Por 7 Segundos 30/08/2019 11h11
Sucursal de Arapiraca da TV Gazeta encerra as atividades
Da equipe de Arapiraca, apenas Tony Medeiros não foi demitido, por ter imunidade sindical - Foto: Cortesia

Jornalistas e cinegrafistas que trabalham na TV Gazeta no município de Arapiraca foram demitidos na manhã desta sexta-feira. Com isso, chega a 17 o número de profissionais demitidos apenas esta semana, da empresa de telejornalismo que integra a Organização Arnon de Mello (OAM) apenas esta semana. 

As equipes da Sucursal de Arapiraca foram avisadas, na tarde de quinta (29) sobre uma reunião na manhã de hoje. Os jornalistas Priscila Anacleto e Giovanni Luiz, e os cinegrafistas Rubem Lopes e Jannison Umbelino foram chamados, um a um, e informados da demissão. Apenas o jornalista Tony Medeiros, por ser dirigente do Sindicato dos Jornalistas e ter imunidade sindical, não foi desligado. Para ele, deram a alternativa para ser transferido para Maceió.

No começo da semana, foram demitidos Valdemir Soares, Chiara Lima, Adriana Leite, Klebs Loss, Roberta Cólen, José Agatangelo, Warner Filho, Daniel Ziliane , Derek Gustavo, Adelaide Nogueira, Felipe Farias, Rodrigo Vieira e Cleide Oliveira.

A OAM vem passando por uma crise financeira, que se agravou quando o sócio majoritário, senador Fernando Collor (Pros) e o diretor-executivo da Organização, Luiz Amorim, foram denunciados pela operação Lava Jato em um esquema de proprina que envolve a BR Distribuidora, uma das subsidiárias da Petrobras. Em novembro do ano passado, mais de 40 jornalistas e funcionários que trabalhavam no jornal Gazeta de Alagoas foram demitidos e o impresso passou a ter circulação semanal.

Outra onda de demissões aconteceu logo após o fim da greve dos jornalistas, no final de junho. A TV Gazeta demitiu 15 profissionais que aderiram a greve, mas foi obrigada judicialmente a reintegrá-los. Parte desse grupo foi novamente demitido no começo desta semana.

A crise na OAM não é novidade e se agravou depois que seu sócio majoritário, senador Fernando Collor (Pros) e o diretor-executivo da OAM, Luiz Amorim, foram denunciados em um esquema de corrupção na Operação Lava Jato. O político é acusado de receber propina da BR Distribuidora, uma das subsidiárias da Pedrobras, enquanto Amorim seria responsável pela lavagem de dinheiro, conforme denúncia apresentada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Em novembro do ano passado, mais de 40 jornalistas e colaboradores do jornal Gazeta de Alagoas foram demitidos e o impresso passou de diário a semanal. Os funcionários demitidos nessa época não receberam sequer pelos dias trabalhados naquele mês e entraram com ação de execução da dívida depois que a empresa não cumpriu os acordos extrajudiciais.

Uma nova onda de demissões aconteceu após a greve dos jornalistas, ocorrida em junho, quando a OAM, junto com outros grupos de comunicação de Alagoas tentaram reduzir em mais de 30% o piso salarial da categoria. Após decisão judicial de que o piso deveria ser mantido, a TV Gazeta demitiu 15 jornalistas logo após o fim da paralisação, mas foi obrigado a readmitir todos pela Justiça do Trabalho. Parte dos demitidos nesse período foram demitidos novamente esta semana.

Por conta de uma dívida que soma aproximadamente R$ 300 milhões, a justiça determinou leilão dos imóveis que pertencem a Organização, incluindo as sedes das empresas de comunicação. No primeiro leilão, ocorrido em 16 de agosto, não apareceu nenhum interessado. O segundo leilão está previsto para esta sexta-feira (30), com um desconto que poderia chegar a 40%. Para evitar uma possível venda, a OAM ajuizou um processo de recuperação judicial, alegando que se os prédios forem vendidos, as empresas deixarão de funcionar.